sexta-feira, 5 de novembro de 2010

De Álvaro de Campos


"Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio!"

No momento, dispensa qualquer explicação...

sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos namorados

Mentiraaaaaaaaaaa!!
Quero falar sobre algo sim.
Publiquei o outro post e olhei pra data: 12 de junho de 2010, dia dos namorados.
Pra muita gente esse dia é um martírio só, como já foi pra mim. Cada dia 12 de junho eu tinha vontade de dormir só pra chegar o dia 13 logo.
Hoje penso um pouquinho diferente, to casada. Casados comemoram esse dia? Claro que sim. Então porque to com aquela vontade de dormir?
To com a tal vontade porque no meu imaginario, esse é um dia ruim. Dia 12/06 não adianta, é a minha sexta-feira 13... E to assim também porque um pouquinho de romantismo não faz mal a ninguém, e se eu não pedir eu não ganho. Traduzindo em miúdos, resolvemos não fazer nada hoje, mas mesmo assim eu ainda tinha uma pontinha de esperança de receber alguma surpresa.
Acho injusto tamanha divulgação do dia dos namorados e quase nada do dia dos solteiros. Sim, os solteiros tem seu dia também!!
Quem está lendo isso deve estar pensando: porque tanta defesa dos solteiros no dia dos namorados, já que ela nem é uma "single lady"? Porque já passei meus dias dos namorados olhando filme triste e comendo muita porcaria. E principalmente porque, neste meu 1º dia dos namorados casada, estou mais uma vez sozinha.
Ó vida. Hahaha
Beijos e boa data pra todos!

Mudanças

Mudar as vezes é bom, né?
Quis postar hoje esse tema para explicar a mudança do blog.
Muitas das coisas que eu tinha escrito antes eram frutos de uma cabeça de grávida e de uma puerpéria, duas fases onde a mulher está 99% emoção e 1% razão. Lendo agora parece meio depressivo, mas era exatamente assim que eu estava me sentindo naquele momento.
Porém, como agora eu ando bem feliz não só comigo como com os que são "meus", resolvi inovar. Coisas depressivas não combinam em nada com o meu estado de espírito atual.
Claro que nem sempre vai ser assim, até porque não existe uma única pessoa que seja 24horas por dia sorrisos, mas a partir de hoje criei um "decreto pessoal" que eu vou me obrigar a seguir!
Não tenho muitas ideias hoje, nem quero falar sobre determinado assunto, por isso vou parando por aqui.
=]

sábado, 20 de março de 2010

Bem vinda ao mundo, doce Cecilia



Mais uma vez estou aqui com a minha quase nula criatividade.

Quando eu li esse trecho:

"Me disseram que ter um filho e, consequentemente, abrir mão da bagunça, iria ser difícil. Que encarar uma sociedade hipócrita, por ser mãe tão nova, ia me pedir forças infinitas. Me falaram das dores do parto, do corpo diferente depois, das noites mal dormidas e da juventude perdida. Mas nunca me contaram que o díficil mesmo seria ter que ir para vida, tentar ganhar o mundo e não poder ficar com esse pedacinho de mim 24h por dia; que cada sorriso que eu ganhasse dele valeria mais que uma balada, beijos sem emoções e bebidas que, no dia seguinte, não são boas recordações. Não me contaram que esse cheirinho de bebê empreguina na alma e que ficar sem ele, nem que seja só pra comprar alguma coisa pra comer, iria doer mais que a própria fome... Agora eu sei porque nunca gostei de ouvir... As pessoas falam muito, criticam demais. Por isso temos sempre duas opções: reclamar ou simplesmente ser feliz.
Escolhi ser FELIZ. "

me identifiquei de cara.

Pra julgar sempre tem muita gente, diferente daqueles que nos dão apoio.
A noticia de que eu seria mãe me pegou de surpresa - óbvio, mas não poderia ter me deixado mais feliz.
Hoje a minha pequena tá com 1 mês e 11 dias. É a bebê mais linda que eu já vi (não por ser a minha). Um anjinho, um amor, e com certeza me tornou uma pessoa muito mais feliz do que aquelas que tanto mal falavam de nós.
Ainda me pego babando nela, e acho que isso vai durar a vida toda.
Ser mãe é a "profissão" mais maravilhosa, não pelo "cargo", mas pela grandiosidade que acarreta.
Não me importo mais com o sono intercalado, com os chorinhos que me pedem colo ou mamá, nem com as dores nas costas de tanto embalar essa coisinha pequena, que insiste em ficar pesada de tanto tempo no colo. Ver ela tranquila é a maior recompensa.

Dizem que a mãe se torna mãe desde que sente o filho crescendo na barriga, não? Pois é a mais pura verdade. De uma estudante universitária com planos fúteis me tornei uma mãe de família que estuda pra se formar logo e dar um futuro decente para a filha, que depende apenas de mim - e as vezes do pai dela também ( :D ).

O amor que eu sinto por ela é tão imenso e tão inexplicável que parece até surreal. Quero o melhor pra ela sempre. E se isso não for possível, que ela possa se apoiar em mim e saber que aqui sempre vai ter um colinho de mãe e um abraço bem apertado, daqueles que só a mãe da gente sabe dar (aquele que cura tudo).

Ela ainda é muito pequetitinha pra ver aqui que ela é a inspiração da mãe dela (como eu gosto de ouvir que sou mãe...), então, enquanto ela não cresce vou seguir babando e admirando esse soninho gostoso que ela tá aqui do meu ladinho.


Até!

segunda-feira, 1 de março de 2010

:(

Faz dias que to me ensaiando pra postar alguma coisa sobre a chegada da minha filha, mas não vai sair nada hoje além de um longo, triste e chato desabafo.

Fazem 20 dias que a minha filha nasceu. Nos primeiros dias dela eu não saia da volta, ficava chateada quando alguém me tirava ela dos braços e muito triste quando outra pessoa conseguia acalmar ela (coisa que não foi muito fácil pra mim). Mas agora, com o total cansaço que uma recém nascida traz, ando um poço de depressão. Choro fácil, me irrito a toa, mas pelo menos um pouco de sensatez tomou conta de mim...

Sou apaixonada pela minha filha, mas ando evitando ficar perto dela pra ela não sentir todo esse monte de coisa ruim que eu posso estar passando pra ela.


Há algum tempo eu conseguia conviver com pessoas que não me faziam bem, só que agora não dá mais. Amo mais que tudo uma pessoa, que era uma coisa comigo e parece que, como mágica, virou outra. Ficou quase impossível a convivência. São dias cheios de silêncio e omissões, e quando esse silêncio é quebrado só saem mentiras que insistem em ter pernas curtas.


Morria de medo da ideia de criar a minha Cecilia sozinha, mas como isso já é quase parte da minha vida, to me acostumando. Não sei se isso é bom ou ruim, mas se tudo continuar assim ela vai crescer exatamente como a mãe dela: longe do pai.


A partir de agora o texto é direcionado. Acredito que é mais do que claro pra quem, mas prefiro evitar nomes hoje.


Sei que tu só lê o que eu escrevo depois que te mostro, e é por isso que não sei se vais ter conhecimento do texto de hoje... Queria te pedir pra me trazer de volta aquele guri que fez eu me apaixonar de novo. Aquele que sempre sorria pra mim. Aquele guri que me fazia rir, que sempre me ganhou no cansaço, que fazia de tudo pra me ver bem e que fazia questão de estar comigo sempre.


Eu pretendia formar a minha família do teu lado, mas uma relação que cresce com mentiras não tem como dar certo (olha pelos nossos pais). Eu faço de tudo pra te ver bem, coisas pequenas e as vezes sem importância, mas mesmo assim faço.


To cansada, to estressada, to sem tempo pra cuidar de mim e isso ta se refletindo na gente, por isso que maisuma vez eu te peço pra "me assumir"; toma conta de mim. Me faz um carinho, diz o quanto eu sou importante na tua vida, e se tu não conseguir isso é porque já não dá mais. Nesses quase cinco meses eu to virando mocinha, já sei lidar com as decepções. Se não quiser mais esse que deveria ser o "nosso momento" é só falar, e se não tiver coragem pra isso é só ir embora sem olhar pra trás...


Tu sabe como é difícil pra mim falar, por isso que escrevo.


Quando tu estiver pronto, to te esperando pra conversar, ou te esperando voltar...

domingo, 31 de janeiro de 2010

"Receita para a crise"

Esses últimos dias tem sido bem complicados pra mim. Ando tensa, ansiosa, nervosa e chorona, quase sempre por motivos que de tão insignificantes nem deveriam ser considerados motivos...

Foi péssima a ideia de quase perder quem está sendo o mais excepcional na minha vida por um capricho meu. O que me consola é que esses dias de "Manu - a sensível" está com os dias contados.

Depois que eu falo muitas coisas para os que estão a minha volta é que me dou conta de quão besta são os meus argumentos, e daí choro. Não choro apenas de tristeza como também de vergonha.

Antes eu reparava em coisas pequenas que a vida oferece e não nos defeitos que todos tem. E isso me fazia muito feliz. Daí sai da casa da minha mãe pra procurar a minha independência e maturidade e, por conhecer pessoas ruins até para si próprias, regredi ao invés de crescer.


Felizmente me dei conta disso a tempo!

Não sei bem o porque, mas hoje pensei num vídeo que vi há algum tempo e o "roubei" do Orkut de uma amiga (espero que ela não se importe!). Esse vídeo me fez pensar em o quanto eu ando sendo estúpida e logo com quem não merece... A vida é muito curta e muito bela pra se deixar levar por coisas pequenas. O amanhã é tão incerto, e assim como estamos aqui podemos não estar mais. Tanto a gente como aqueles que nos são importantes.

Queria pedir pra quem estiver lendo que torne a vida mais light, não leve tudo tão a sério e releve. A arte da convivência requer bem mais que vontade...

Pra finalizar, eis o vídeo! :)



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Andanças

O post de hoje será breve, mais como uma justificativa do que um texto em si. Queria esclarecer para quem "me" lê o motivo da minha ausência.
Estive um tempo sem internet e ainda por cima de repouso, não podia correr pra lado nenhum pra escrever nem mesmo um oi.
Mas agora meu repouso acabou e meus dias sem internet também!
Em breve estarei por aqui de novo.